Aqui policial de plantão descansa embaixo da escada »
As precariedades enfrentadas por policiais federais não se restringem a delegacias no interior do país ou bases fincadas no meio dos rios amazônicos. Em Manaus, em plena sede da Superintendência Regional, policiais federais que ficam no plantão são obrigados a descansar embaixo de uma escada. Tudo por que o alojamento que abrigava os federais virou gabinete de delegado.
Longe de ser engraçado, o caso revela uma triste rotina que se repete em várias unidades do DPF. Primeiro se acomoda a autoridade depois se pensa no bem estar dos servidores. Ou seja, o trabalho dos policiais fica sempre em segundo plano.
No caso do alojamento imrpovisado acontece assim. O policial está de plantão, no seu momento de descanso ela pega um colchão joga embaixo da escada do primeiro para o segundo andar e pronto. Simples, dorme alí mesmo.
Na mesma Superintendência um outro problema deixa escrivães revoltados. Lá, como em outros locais, o número desses servidores é insuficiente para atender todas as demandas. Em alguns periodos chega a ter 3 delegados para 1 escrivão. “Aqui escrivão é disputado no corredor pelos delegados”, diz um dos policiais ouvidos pela Fenapef.
Os cartórios da Superintendênica, por falta de espaço, abrigam também um delegado de Polícia Federal. Caso um deles receba alguma visita no gabinete-cartório o escrivão levanta-se e sai da sala para que o DPF tenha sua privacidade preservada.
Não bastasse isso, uma Instrução de Serviço da SR diz em seu artigo 29 parágrafo III que uma das funções do escrivão é secretariar o delegado.
OS AGENTES – Os problemas, no entanto, não acabam nos cartórios da SR. Os agentes que ficam de sobreaviso são sempre os mesmos. A escala nunca muda. Sem poder planejar a vida particular, já que está sempre de sobreaviso, é de se pensar que em algum momento esses agentes tenham compensados esses dias. Errado. Até hoje muito poucos receberam folga.
Os agentes também cumprem outras atividades. Um dos delegados da SR delegou funções como qualificação das pessoas, objeto da investigação, termo de declaração nos autos e outras coisas ao agente de Polícia Federal. O documento passando as funções para o agente está com a Fenapef.
No estacionamento da Superintendência outra deformidade provocada pela “síndrome da autoridade”: as já famosas vagas reservadas. Nos pontos nobres do estacionamento podem estacionar os responsáveis pelo Gabinete, Direx, DRCOR, SRA e Setec. O restante das vagas fica para os visitantes. Policiais e servidores do quadro de apoio podem estacionar na rua ou se sobrar espaço no pátio.
O diretor de Relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Sabino, que esteve na SR/Manaus, relata que o quadro está provocando revolta nos policiais federais. “Infelizmente temos encontrado esse quadro de desmando e privilégios absurdos em diversos estados do Brasil”.
Sabino relata que alguns escrivães denunciaram casos de assédio moral praticado no âmbito da Superintendência. "Já orientamos esses servidores a denunciarem essas pessoas formalmente. A Fenapef dará todo o apoio necessário".
Para diretor é preciso que a direção-geral do DPF coloque um ponto final nesse tipo de conduta. “Já está passando da hora da adoção de uma posição firme da direção-geral que coíba essa conduta absurda de algumas autoridades que se acham acima de todos”, diz.
Fonte: Agência Fenapef
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