Relatório Bessa não avança, mas policiais seguem mobilizados »

Federação Nacional dos Policiais Federais e os representantes de sindicatos conseguiram, mais uma vez, adiar a sessão da Comissão da Lei Orgânica. As entidades defendem que o projeto seja discutido com mais profundidade na Câmara dos Deputados para que os policiais cheguem a um consenso sobre o relatório que será apresentado na Comissão. O texto do deputado Laerte Bessa gerou um profundo descontentamento entre os policiais e provocou a edição de um manifesto assinado por entidades representativas de classe da Polícia Federal. Mas o cancelamento da sessão desta quarta-feira é só mais um passo no trabalho para garantir que a Lei Orgânica ganhe um novo processo de discussão. Na próxima quarta-feira, o presidente da Comissão, deputado Nelson Pelegrino (PT-BA), deve convocar nova reunião para leitura do relatório, o que determina que os policiais tenham que ficar alertas até lá. "Temos o compromisso e o desafio de dobrar o número de policiais presentes aqui em Brasília e para isso os sindicatos devem se mobilizar e mandar seus representantes para estarem em Brasília já na próxima segunda-feira", diz o vice-presidente da Fenapef, Paulo Poloni. Polonio lembrou o documento assinado pelas entidades represenattivas de classe do DPF contra o relatório e saudou o trabalho da Ansef contra o projeto. "O presidente da Ansef, Ivo Pereira de Arruda Filho, atuou de forma firme junto com as outras entidades para barrar a proposta". AVALIAÇÃO - Na avaliação do presidente da Fenapef, Marcos Wink, o trabalho dos representantes da categoria dentro do Congresso Nacional nestes últimos dias foi fundamental para que a sessão desta quarta-feira não fosse realizada. "Ficamos dois dias dentro do Congresso Nacional, de gabinete em gabinete para garantir que a proposta, que está longe de ser um consenso entre os policiais, avançasse". Wink agradeceu aos sindicatos que enviaram representantes e ressaltou que é fundamental os policiais se manterem de prontidão contra outras tentativas de aprovar a Lei Orgânica da forma que está. Apesar de milhares de servidores serem contrários a atual proposta, a direção-geral parece que está indiferente à opinião dos policiais e segue com o propósito de aprovar a Lei Orgânica. Na última semana, emissários do diretor-geral atuavam firmes para que a proposta chancelada pelo delegado Laerte Bessa avançasse rápido. Segundo lideranças sindicais, até mesmo o assessor parlamentar do DPF estaria atuando para aprovar a lei. "A ação do DPF na Câmara demonstra a falta de compromisso desta direção com os servidores do Departamento como um todo", diz Marcos Wink. O diretor Parlamentar da Fenapef, Marcelo Pires Teixeira, ressalta que a atuação dos sindicatos é fundamental nesta próxima semana. "Estamos trabalhando há meses e não podemos, neste momento, baixar a guarda", diz Marcelo. Ele ressalta que é fundamental que os policiais intensifiquem os contatos com os parlamentares nos estados. PLENÁRIO - O relógio marcava 15h10 quando os deputados Nelson Pelegrino e Laerte Bessa entraram no plenário. Como não havia quorum para abrir a sessão, o presidente encerrou imediatamente os trabalhos sob apalausos dos policiais federais. Os deputados Paulo Pimenta e Celso Russomano, que acompanharam os desdobramentos da sessão junto com os policiais, destacaram a importância de um debate mais profundo em torno da matéria. Fonte: Agência Fenapef

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